Estou calado há muito tempo e não sou uma pessoa de pouco papo, digo até, ao mundo inteiro, que minha vida é um livro aberto e sem capa. Então, hoje, livremente, falarei de um sentimento que me persegue. Ela sinceramente está abusando, e tomando conta, de todos os meus pensamentos. Eu acordo pensando nela e nos meus sonhos ela é sempre estrelada como a mocinha, a principal.
Modéstia à parte, ela é linda e eu, graças a Deus, só convivo com coisas e pessoas bonitas, ela, então, claramente, é ótima, tenho bom gosto. Quero sempre encontra-la, mas o tempo, o trabalho e os outros compromissos desinteressantes, todos que não prestam em minha vida, atrapalham o nosso encontro. Mas, magicamente, o destino interfere e a coloca bem em minha frente, eu me delicio. Meu coração palpita e quase morro, sorte que, apesar da vida desregrada, eu ainda sou jovem para aguentar baques nesse meu pobre coração.
Para vocês entenderem melhor, passamos algumas noites juntos, umas noitadas longas com direito a muitos sorrisos. Ela sempre ótima, ali, presente, ao meu lado, sempre disposta, mas o esquisito é que no outro dia sempre sinto algo estranho no peito, eu tenho esse dom, percebo que esse sentimento ruim é tudo culpa dela, ela me agrada e depois se esconde, me ferindo.
Na verdade, ela achou um trouxa e pode, e está fazendo, de tudo comigo. Posso afirmar que gosto, gosto muito. Apesar do desgaste emocional do outro dia, quero, de qualquer forma, encontra-la novamente. Sempre, sempre e sempre.
Às vezes acho que ela gosta de mim, outras, como no dia seguinte, acho que ela se arrepende em ter passado toda a noite comigo. Mas, sou um trouxa, não é? E acredito em destino, carrego no brilho dos meus olhos que ficaremos, um dia, pra sempre, juntos.
Acho que ela gosta de mim, mas anda em dúvida, acho que até duvida dos meus sentimentos, talvez. Meus sentimentos são verdadeiros, e todas as palavras minhas que chegaram até você, mesmo que já embriagadas por você, foram todas, uma a uma, feitas, não pela minha cabeça, mas pelo meu, como dito acima, pobre coração.
Um dia ela saberá que gostei muito dela, mas quem sou eu pra saciar a sede dela? Quero apenas que ela sacie, por enquanto, a minha.
Gosto tanto dela, mas tanto que até não ligo em dividi-la com outro.
Beijos, minha querida e indispensável cerveja.
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